segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Inércia do tempo

Dois a jogar, juntos e um solitário a procura de ganhar, o zerar, o sucesso. Apenas três horas e mais a frente teria tudo pelo qual desejo desesperadamente, algo pelo qual me faz chorar mimadamente e transbordar olhares de raiva. Raiva por estar tão enraizada aqui. Ponto final. ‘Espere mais um pouco, o tempo passa rápido’ menos para quem conta este de minuto em minuto, eliminando um dia, esperando o próximo, tão convicto de que o fim dessa trilha para outra ‘está próximo’ e assim os anos resmungam por minhas reclamações sobre a ‘inércia do tempo’ e aumentam a minha espera. Infeliz. Como uma tortura para mim, andando sobre uma linha invisível sem medo aparente ‘exterior’ nada em minha expressão. Meu Medo acumula-se no mais sombrio lado de meu espírito, comandado por sentidos severos vivendo contra meus desejos intensos. Sentido, não há sentido. O sentido está em não ter sentido, talvez devesse ficar aqui na calmaria a admirar os finais de tarde e a dança dos ventos por entre as arvores. Puro, muito puro. Toca-me a alma, porém preciso de algo a mais. Todos nós precisamos e infelizmente o monte que se tem aqui não me procura satisfazer. Alguém me espera, não pode vir, então irei até lá. Há uma parte de mim que se encontra lá, onde quer que esteja, tenho que buscá-la e possuí-la como por direito. Como se eu a procura do prazer de me ter por completa.

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